Estratégias de Feedback com Propósito: Como Unir a Técnica SBI à Pirâmide de Maslow (e à Comunicação Intercultural)
Com a chegada de junho, muitas empresas entram em um momento importante do ciclo semi-anual: a fase de feedback. Mais do que uma formalidade, esse momento pode ser uma poderosa alavanca para desenvolvimento humano, quando conduzido com empatia, estrutura e intenção.
Como profissional dedicada ao desenvolvimento de líderes e equipes, bem como a cultura organizacional, vejo de perto o quanto o feedback pode deixar de cumprir seu papel por falta de método, ou mesmo se tornar altamente estratégico quando utilizamos ferramentas certas.
Uma dessas ferramentas é a técnica SBI – Situação, Comportamento e Impacto, que ajuda a organizar o feedback de maneira clara, objetiva e baseada em fatos observáveis, reduzindo julgamentos e aumentando a clareza.
O Poder da Técnica SBI:
A técnica SBI foi desenvolvida pelo Center for Creative Leadership (CCL), referência global em liderança. A técnica SBI é simples e eficaz:
Situação: Em qual contexto aquilo aconteceu?
Comportamento: Qual foi o comportamento específico observado?
Impacto: Qual foi o efeito concreto desse comportamento?
Esse formato nos ajuda a sair do “achismo” e a construir conversas mais construtivas, que geram aprendizado real e evitam ruídos desnecessários.
Mas e se pudéssemos ir além da estrutura?
Quando o SBI Encontra a Pirâmide de Maslow:
Ao integrarmos a técnica SBI com os níveis da Pirâmide de Maslow, ampliamos o impacto emocional e estratégico do feedback. Isso porque o tipo de necessidade predominante de cada pessoa influencia profundamente como ela interpreta e recebe aquilo que é dito.
Um profissional que busca segurança pode precisar de acolhimento e direção antes de qualquer crítica.
Já alguém em busca de reconhecimento precisa ouvir que está fazendo a diferença.
E pessoas com foco em autonomia se beneficiam de um feedback que desafia, inspira e convida à autorresponsabilidade.
O segredo está em ajustar o tom emocional e a intenção, sem abrir mão da clareza do método.
Como diz uma líder que acompanho em mentoria: O feedback mudou quando eu passei a entender a necessidade emocional por trás do comportamento.
O Elemento Cross-Cultural:
Nas equipes multiculturais, há um elemento adicional que merece atenção: a comunicação intercultural. Diferentes culturas têm estilos distintos de dar e receber feedback. Em algumas, o feedback direto é valorizado como sinal de respeito; em outras, abordagens mais sutis e coletivas são preferidas.
Ignorar essas diferenças pode gerar mal-entendidos e até rupturas em times globais. Por outro lado, reconhecê-las é uma oportunidade de fortalecer a confiança e a conexão, pilares de qualquer cultura de alta performance.
Para Refletir:
Como você tem direcionado sua equipe?
De que maneira você adapta seu feedback de acordo com a maturidade emocional e o contexto cultural?
E como sua liderança está ajudando (ou não) a construir uma cultura de feedback consistente e respeitosa?
Para facilitar esse processo, utilizamos em nossos treinamentos materiais de apoio multiculturais que conectam a técnica SBI aos níveis da Pirâmide de Maslow, recursos esses que podem ser úteis para líderes, profissionais de Recursos Humanos, mentores e coaches, em qualquer nicho do mercado.
Na verdade, utilizar o modelo SBI + Maslow pode ser parte de uma cultura de feedback institucionalizada, integrando isso com práticas de onboarding, liderança, e PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), por exemplo. As possibilidades, e oportunidades de desenvolvimento, são ilimitadas.
Agora, se fizer sentido para você, ou sua organização, estou à disposição para aprofundar esse tema e trabalharmos juntos em sessões personalizadas. Vamos nessa?
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Artigo de autoria de Fernanda Cristina Alem Freitas, originalmente publicado na plataforma LinkedIn / Pulse, em 02 de junho, 2025.
